sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Ariadne


Ariadne
As desventuras de Ariadne ou Ariadna, filha de Pasífae e de Minos, rei de Creta, começaram quando ela deu a Teseu, seu amado, o fio que lhe permitiria sair do labirinto onde vivia o Minotauro, metade touro e metade homem.
Depois de deixar Creta junto com Teseu, este, talvez obedecendo a ordens de Atena, abandonou-a à própria sorte na ilha de Naxos.
O destino posterior de Ariadne é objeto de versões divergentes. Segundo uma, ela teria se suicidado em Naxos; segundo outra, teria encontrado a morte ao dar à luz em Chipre.
A versão mais difundida é a de que Afrodite sentiu piedade pela jovem abandonada e lhe deu por esposo o deus do vinho, Dioniso. Dessa união teriam nascido dois filhos.
Outra versão do mito afirma que Ariadne morreu em conseqüência da intervenção de outra deusa, Diana, por sua vez incitada pelo próprio Dioniso.
A origem do mito de Ariadne deve ser buscada na Creta minóica e em algumas ilhas próximas, como Naxos, ou mais afastadas, como Chipre, onde era considerada deusa da vegetação.
Os habitantes de Naxos, por exemplo, costumavam homenagear Ariadne com alegres festivais e sacrifícios de caráter ritual.
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Ariadne
Ariadne
Teseu e o Minotauro
Ariadne, uma bela princesa da mitologia grega filha de Minos e Pasífae, tinha uma meio irmão monstruoso, Minotauro. Minotauro, meio homem, meio touro, era filho de Pasífae com um touro branco. Este monstro vivia num labirinto no palácio de Cnossos. O labirinto era tão complexo que Daedelus, o arquiteto que o construiu, morreu ao não conseguir encontrar a saída.
Todos os anos eram entregues a Minotauro 7 rapazes e 7 raparigas de Atenas, como sacríficio.
Um dia um jovem semi Deus chamado Teseu foi a Atenas para matar o Minotauro.
Ariadne que amava Teseu, receou que este morresse no labirinto, não conseguindo encontrar a saída. Então, entregou a Teseu um fio de lã, que ficaria preso na entrada do labirinto, fazendo com que Teseu conseguisse retornar após ter cumprido a sua missão.
Teseu prometeu casar com Ariadne e, ambos partiram de barco.
Ao chegarem à ilha de Naxos, Teseu abandonou Ariadne. Esta, desesperada atirou-se ao mar, procurando a morte.
Bacchus (deus grego) segurou-a em seus braços e imediatamente se apaixonou por Ariadne, casaram-se e tiveram filhos, quandoAriadne morreu, Bacchus colocou no céu em forma de estrelas a sua coroa, como lembrança do seu amor.

Agamenon


Agamenon
Suposta 'Máscara de Agamenon'. Descoberta por Heinrich Schliemann em 1876 em Micenas
Personagem histórica que a tradição cercou de lendas, Agamenon figura na Ilíada, de Homero, como um soldado valoroso, digno e austero.
Agamenon, filho de Atreu e Aérope, foi rei de Micenas ou Argos no chamado período heróico da história grega. Ele e seu irmão Menelau esposaram as filhas do rei de Esparta, Clitemnestra e Helena.
Quando Páris, filho do rei de Tróia, raptou Helena, Agamenon recorreu aos príncipes da Grécia para formar uma expedição de vingança contra os troianos, o tema da Ilíada.
No porto de Áulis (Áulide), sob a chefia suprema de Agamenon, reuniu-se uma frota de mais de mil navios com enorme exército.
No momento de partir, porém, foram impedidos por uma calmaria. Isso se devia à interferência de Ártemis, deusa da caça, enfurecida por Agamenon ter abatido um cervo em um de seus bosques sagrados.
A deusa só se aplacaria com o sacrifício de Ifigênia, uma das filhas do violador. Durante o rito, Ártemis aplacou-se e substituiu-a por uma corça, mas levou Ifigênia consigo. A frota partiu e durante nove anos os gregos sitiaram Tróia, tendo sofrido pesadas baixas.
No décimo ano, Agamenon despertou a cólera de Aquiles, rei dos mirmidões, ao tomar-lhe a escrava Briseida.
Aquiles retirou-se com seus soldados e, só quando os troianos mataram seu amigo Pátroclo, consentiu em voltar à luta, o que resultou na queda de Tróia.
Cassandra, irmã de Páris que coube a Agamenon como presa de guerra, em vão alertou-o para não retornar à Grécia. Em sua ausência, Clitemnestra, inconformada com a perda da filha, tramara sua morte com o amante Egisto.
Quando o marido saía do banho, atirou-lhe um manto sobre a cabeça e Egisto assassinou-o. Ambos mataram também seus companheiros e Cassandra.
Orestes, filho mais velho de Agamenon, com a ajuda da irmã, Electra, vingou o crime, matando a mãe e Egisto.
Os átridas, como eram chamados os integrantes da família de Agamenon, inspiraram grandes tragédias, desde a Grécia antiga (Ésquilo, a trilogia Oréstia; Sófocles, Electra; Eurípides, Electra) até os tempos contemporâneos (Eugene O'Neill, O luto assenta bem em Electra; Jean-Paul Sartre, As moscas).
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Agamenon

Agamêmnon - Ésquilo

A tragédia tem 1673 versos e constitui a primeira parte da Orestia, a famosa tetralogia de Ésquilo que recebeu o primeiro prêmio no concurso de458 a.C. em Atenas.No plano poético e dramático a Orestia constitui uma verdadeira sinfonia em três movimentos. R. Dreyfus
A Orestia era formada por uma trilogia trágica interligada, a única que chegou praticamente intacta aos nossos dias, e pelo Proteus, um drama satírico que se perdeu. A outras peças da trilogia são, pela ordem, As Coéforas e As Eumênides.

Argumento

Ao longo da trilogia, a lenda dos Átridas é relatada desde a morte de Agamêmnon até a absolvição de Orestes pela morte dos assassinos do pai. Agamêmnon, a primeira peça, conta a morte do rei logo depois da queda de Tróia.
Tendo retornado vitorioso a Argos (Micenas), Agamêmnon é recebido pela esposa, Clitemnestra, com falsas demonstrações de respeito e devoção; Cassandra, a princesa troiana cativa que o acompanhava, prevê a morte de ambos. Depois de entrar no palácio, com efeito, Cassandra é assassinada e Agamêmnon, morto à traição pela própria Clitemnestra, e com a ajuda de Egisto.

Personagens do drama

VIGIA: Um dos soldados de Argos (Micenas). 
CORO: de velhos de Argos. 
CLITEMNESTRA: Filha de Tíndaro, esposa de Agamêmnon, amante de Egisto. 
ARAUTO: de Agamêmnon. 
AGAMÊMNON: Filho de Atreu, marido de Clitemnestra, primo de Egisto, rei de Argos (Micenas). 
CASSANDRA: Filha de Príamo, ex-princesa troiana, atualmente escrava de Agamêmnon. 
EGISTO: Filho de Tiestes, primo de Agamêmnon, amante de Clitemnestra.

Mise en Scène

A cena se passa em Argos (Micenas), diante do palácio dos átridas.
O cenário era uma pintura colocada diante da cena, no fundo da orquestra, representando a entrada do palácio (frontão e duas colunas); a entrada, aberta, permitia a passagem dos atores que saíam do palácio e deixava entrever parte do seu interior. O vigia aparecia atrás do teto do "palácio", sobre uma plataforma escondida pela pintura; Agamêmnon e Cassandra entravam em cena trazidos por um carro.
O papel de Clitemnestra cabia ao protagonista, o de Cassandra ao deuteragonista e os de Agamêmnon e Egisto ao tritagonista; o arauto, sem dúvida, era representado pelo deuteragonista.

Odisséia


Odisséia
Odisséia
Além de constituir, ao lado da Ilíada, obra iniciadora da literatura grega escrita, a Odisséia, de Homero, expressa com força e beleza a grandiosidade da remota civilização grega.
Odisséia data provavelmente do século VIII a.C., quando os gregos, depois de um longo período sem dispor de um sistema de escrita, adotaram o alfabeto fenício.
Na Odisséia ressoa ainda o eco da guerra de Tróia, narrada parcialmente na Ilíada. O título do poema provém do nome do protagonista, o grego Ulisses (Odisseu). Filho e sucessor de Laerte, rei de Ítaca e marido de Penélope, Ulisses é um dos heróis favoritos de Homero e já aparece na Ilíada como um homem perspicaz, bom conselheiro e bravo guerreiro.
A Odisséia narra as viagens e aventuras de Ulisses em duas etapas: a primeira compreende os acontecimentos que, em nove episódios sucessivos, afastam o herói de casa, forçado pelas dificuldades criadas pelo deus Posêidon.
A segunda consta de mais nove episódios, que descrevem sua volta ao lar sob a proteção da deusa Atena. É também desenvolvido um tema secundário, o da vida na casa de Ulisses durante sua ausência, e o esforço da família para trazê-lo de volta a Ítaca.
Odisséia compõe-se de 24 cantos em verso hexâmetro (seis sílabas), e a ação se inicia dez anos depois da guerra de Tróia, em que Ulisses lutara ao lado dos gregos.
A ordem da narrativa é inversa: tem início pelo desfecho, a assembléia dos deuses, em que Zeus decide a volta de Ulisses ao lar. O relato é feito, de forma indireta e em retrospectiva, pelo próprio herói aos feaces - povo mítico grego que habitava a ilha de Esquéria. Hábeis marinheiros, são eles que conduzem Ulisses a Ítaca.
O poema estrutura-se em quatro partes: na primeira (cantos I a IV), intitulada "Assembléia dos deuses", Atena vai a Ítaca animar Telêmaco, filho de Ulisses, na luta contra os pretendentes à mão de Penélope, sua mãe, que decide enviá-lo a Pilos e a Esparta em busca do pai. O herói porém encontra-se na ilha de Ogígia, prisioneiro da deusa Calipso. Na segunda parte, "Nova assembléia dos deuses", Calipso liberta Ulisses, por ordem de Zeus, que atendeu aos pedidos de Atena e enviou Hermes com a missão de comunicar a ordem. Livre do jugo de Calipso, que durou sete anos, Ulisses constrói uma jangada e parte, mas uma tempestade desencadeada por Posêidon lança-o na ilha dos feaces (canto V), onde é descoberto por Nausícaa, filha do rei Alcínoo.
Bem recebido pelo rei (cantos VI a VIII), Ulisses mostra sua força e destreza em competições esportivas que se seguem a um banquete.
Na terceira parte, "Narração de Ulisses" (cantos IX a XII), o herói passa a contar a Alcínoo as aventuras que viveu desde a saída de Tróia: sua estada no país dos Cícones, dos Lotófagos e dos Ciclopes; a luta com o ciclope Polifemo; o episódio na ilha de Éolo, rei dos ventos, onde seus companheiros provocam uma violenta tempestade, que os arroja ao país dos canibais, ao abrirem os odres em que estão presos todos os ventos; o encontro com a feiticeira Circe, que transforma os companheiros em porcos; sua passagem pelo país dos mortos, onde reencontra a mãe e personagens da guerra de Tróia. Na quarta parte, "Viagem de retorno", o herói volta à Ítaca, reconduzido pelos feaces (canto XIII). Apesar do disfarce de mendigo, dado por Atena, Ulisses é reconhecido pelo filho, Telêmaco, e por sua fiel ama Euricléia, que, ao lavar-lhe os pés, o identifica por uma cicatriz.
Assediada por inúmeros pretendentes, Penélope promete desposar aquele que conseguir retesar o arco de Ulisses, de maneira que a flecha atravesse 12 machados. Só Ulisses o consegue.
O herói despoja-se em seguida dos andrajos e faz-se reconhecer por Penélope e Laerte.
Segue-se a vingança de Ulisses (cantos XIV a XXIV): as almas dos pretendentes são arrastadas aos infernos por Hermes e a história termina quando Atena impõe uma plena reconciliação durante o combate entre Ulisses e os familiares dos mortos.
A concepção do poema é predominantemente dramática e o caráter de Ulisses, marcado por obstinação, lealdade e perseverança em seus propósitos, funciona como elemento de unificação que permeia toda a obra. Aí aparecem fundidas ou combinadas uma série de lendas pertencentes a uma antiqüíssima tradição oral com fundo histórico.
Há forte crença de que a Odisséia reúna temas oriundos da época em que os gregos exploravam e colonizavam o Mediterrâneo ocidental, daí a presença de mitos com seres monstruosos no Ocidente, para eles ainda misterioso. Pela extrema perfeição de seu todo, esse poema tem encantado o homem de todas as épocas e lugares.
É consenso na era moderna que a Odisséia completa a Ilíada como retrato da civilização grega, e as duas juntas testemunham o gênio de Homero e estão entre os pontos mais altos atingidos pela poesia universal.

Ilíada


Ilíada
A cólera de Aquiles, como se anuncia desde o primeiro verso, é o motivo central da Ilíada, epopéia do poeta grego Homero, que inicia a literatura narrativa ocidental. Relato de um dos episódios da guerra de Tróia, travada entre gregos e troianos, a ação da Ilíada se situa no nono ano depois do começo da guerra, a qual duraria um ano mais, e abarca no conjunto cerca de 51 dias. O título deriva de Ílion, nome grego de Tróia. O poema é constituído por 15.693 versos, em 24 cantos de extensão variável.
A divisão em cantos foi feita pelos filólogos de Alexandria.
Ilíada narra um drama humano, o do herói Aquiles, filho da deusa Tétis e do mortal Peleu, rei de Ftia, na Tessália, em torno do fim da guerra dos gregos contra Tróia. Segundo a lenda, a guerra foi motivada pelo rapto de Helena, esposa do rei de Esparta, Menelau, por Páris, filho do rei Príamo, de Tróia.
Agamenon, chefe dos exércitos gregos, arrebatara a Aquiles, o mais valoroso dos guerreiros gregos, sua cativa Briseide. Em protesto, Aquiles retirou-se para o acampamento com seus guerreiros, e recusou-se a entrar em combate.
É nesse momento que tem início a Ilíada, com o verso "Canto, ó deusa, a cólera de Aquiles". Para apaziguar Aquiles, Agamenon envia-lhe mensageiros, com o pedido de que entre na luta. Aquiles recusa-se e Agamenon com seus homens entram no combate.
Os troianos tomam de assalto as muralhas gregas e chegam até os navios. Aquiles concorda em emprestar a armadura a seu amigo Pátroclo, que repele os troianos mas é morto por Heitor. Cheio de dor pela morte do amigo, Aquiles esquece a divergência com os gregos e investe contra os troianos, vestido com uma armadura feita por Hefesto, deus das forjas. Consegue fazer recuar para dentro dos muros da cidade todos os troianos, menos Heitor, que o enfrenta, mas aterrorizado pela fúria de Aquiles, tenta fugir.
Aquiles o persegue e finalmente atravessa-lhe com a lança a garganta, única parte descoberta de seu corpo. Agonizante, Heitor pede-lhe que não entregue seu cadáver aos cães e às aves de rapina, mas Aquiles nega piedade, e depois de atravessar sua garganta mais uma vez com a lança, ata-o pelos pés a seu carro e arrasta o cadáver em volta do túmulo de Pátroclo.
Somente com a intervenção de Zeus, Aquiles aceita devolver o cadáver a Príamo, rei de Tróia e pai de Heitor. O poema termina com os funerais do herói troiano.
Alguns dos personagens da Ilíada, em particular Aquiles, encarnam o ideal heróico grego: a busca da honra ao preço do sacrifício, se necessário; o valor altruísta; a força descomunal mas não monstruosa; o patriotismo de Heitor; a fiel amizade de Pátroclo; a compaixão de Aquiles por Príamo, que o levou a restituir o cadáver de seu filho Heitor.
Nesse sentido, os heróis constituem um modelo, mas o poema mostra também suas fraquezas - paixões, egoísmo, orgulho, ódio desmedido. Toda a mitologia helênica, todo o Olimpo grego, com seus deuses, semideuses e deidades auxiliares, estão maravilhosamente descritos.
Os deuses, que mostram vícios e virtudes humanas, intervêm constantemente no desenvolvimento da ação, alguns em favor dos aqueus, outros em apoio aos troianos. Zeus, o deus supremo do Olimpo, imparcial, intervém apenas quando o herói ultrapassa os limites, ao proporcionar o tenebroso espetáculo de passear à volta de Tróia arrastando o cadáver mutilado de Heitor.
O poema encerra grande volume de dados e pormenores geográficos, históricos, folclóricos e filosóficos, e descreve com perfeição os modelos de conduta e os valores morais da sociedade do tempo em que foi escrita a obra.
Uma questão muito discutida é o fundo histórico do ciclo da guerra de Tróia. Possivelmente, sua origem remonta a reminiscências da luta, travada antes da invasão dória, no século XII a.C., entre povos de cultura micênica, como os aqueus, e um estado da Anatólia, o de Tróia.
É historicamente comprovada a existência de estabelecimentos micênicos na Anatólia, sem que se conheçam as causas possíveis da guerra.
O mundo helênico a que se refere a Ilíada não parece circunscrever-se ao de uma época cronológica determinada.
É muito provável que as lendas foram incorporando elementos de diferentes etapas da civilização, no curso de sua transmissão oral e até textual. Aponta-se, por exemplo, a descrição de armamentos e técnicas militares, e até rituais, correspondentes a diferentes períodos históricos, desde o micênico a aproximadamente meados do século VIII a.C. Salvo alguns prováveis acréscimos atenienses, nenhum dado ultrapassa esse período, o que reforça a tese de que o poema foi redigido nesse último período.
A língua e o estilo homéricos foram em grande medida herdados da tradição épica. Por esse motivo, a língua, basicamente o dialeto jônico, com numerosos elementos eólios, é um tanto artificial e arcaizante, e não corresponde a nenhuma modalidade falada normalmente. A métrica empregada é o hexâmetro, verso tradicional na épica grega.
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Ilíada
Ilíada
Sua autoria é atribuída a Homero, poeta semilendário, que teria vivido na Grécia no século X antes de Cristo. O assunto capital do poema é a guerra de Tróia.
O termo "Ilíada" é a forma portuguesa do grego "Iliás", vindo pelo latim da Ásia Menor. Divide-se a obra em 24 cantos, contendo 15.000 versos hexâmetros.
Apesar de seu argumento ser extraído da famosa guerra troiana, não a narra por completo. No 2º ano desse conflito, rebentou uma animosidade entre Agamenon e o guerreiro Aquiles.
Agamenon estava à frente das forças sitiantes, havia se apoderado de uma escrava de nome Briseida, que coubera a Aquiles na divisão dos despojos de guerra.
Aquiles não se conforma com isso, e recusa a continuar a combater. A sorte dos gregos declina, e os troianos aproveitando a ausência do herói invencível, infligem várias derrotas ao adversário. Pátroclo, amigo de Aquiles, chefiando os Mirmidões obtém uma vitória, mas perece nas mãos de Heitor, príncipe troiano.
Aquiles alucinado com a perda do amigo, resolve vingá-lo. Revestido das armas que Vulcano lhe forjara, retorna ao campo de batalha e destroça o inimigo. Mata Heitor e acorrenta seu cadáver ao carro de triunfo. Seguem-se os funerais de Pátroclo. Por sua vez, Príamo, pai de Heitor, consegue de Aquiles permissão para sepultar o filho. A mitologia narra a história completa dessa guerra, tornada 

Homero


Homero
Homero se atribuem os dois maiores poemas épicos da Grécia antiga, que tiveram profunda influência sobre a literatura ocidental. Além de símbolo da unidade e do espírito helênico, a Ilíada e a Odisséia são fonte de prazer estético e ensinamento moral.
De acordo com o historiador grego Heródoto, Homero nasceu em torno de 850 a.C. em algum lugar da Jônia, antigo distrito grego da costa ocidental da Anatólia, que hoje constitui a parte asiática da Turquia, mas as cidades de Esmirna e Quio também reivindicavam a honra de terem sido seu berço. Até mesmo as fontes antigas sobre o poeta contêm numerosas contradições, e a única coisa que se sabe com certeza é que os gregos atribuíam a ele a autoria dos dois poemas.
A tradição lhe atribuiu também a coleção dos 34 Hinos homéricos, dos quais procede a imagem lendária de Homero como poeta cego, mas que depois constatou-se serem de fins do século VII a.C. Os maiores especialistas gregos não admitem que tenha sidoHomero o autor de obras como o desaparecido poema Margites ou a paródia épica Batracomiomaquia.
As muitas lendas e a escassa confiabilidade dos dados biográficos sobre Homero fizeram com que já no século XVIII muitos questionassem até mesmo a existência do poeta.
As diferenças de tom e estilo entre a Ilíada e a Odisséia levaram alguns críticos a aventar a hipótese de que poderiam ter resultado da recomposição de poemas anteriores, ou de que teriam sido criadas por autores diferentes. Todas essas dúvidas constituem a chamada "questão homérica", e permanecem abertas à discussão.
Os pontos em que há maior concordância dos estudiosos são: a Ilíada é anterior à Odisséia; quase com certeza os dois poemas foram compostos no século VIII a.C., cerca de três séculos após os fatos narrados; foram originalmente escritos em dialeto jônio, com numerosos elementos eólios - o que confirma a origem jônica de Homero; pertenciam à tradição épica oral, pelo menos no que se refere às técnicas empregadas, já que existem opiniões divergentes quanto ao emprego ou não da escrita pelo autor.
A versão na forma escrita, tal como se conhece hoje, teria sido feita em Atenas durante o século VI a.C., se bem que a divisão de cada poema em 24 cantos corresponderia aos eruditos alexandrinos do Período Helenístico.
No decorrer desse período teriam sido introduzidas várias interpolações. Com base nesses dados, todos mais ou menos hipotéticos, deduziram-se alguns dados básicos sobre Homero e sua obra. Tanto a Ilíada como a Odisséia apresentam diversas inconsistências internas, como alusões a técnicas e equipamentos de combate que existiram em épocas diferentes.
Tais inconsistências, porém, poderiam ser explicadas pelo fato de o poeta, se é que realmente existiu, ter utilizado materiais anteriores e por terem sido provavelmente incorporados alguns outros. Quanto à existência de um autor único para a Ilíada, a mais antiga das duas obras, argumenta-se que embora seja evidente a existência de poemas épicos orais anteriores sobre os mesmos temas, não parece haver existido nenhum de extensão sequer aproximada, nem dotado de tal complexidade estrutural.
Tal constatação indicaria a existência de um criador individual, que deu uma nova estrutura aos temas tradicionais e integrou-os em sua visão pessoal da realidade. Os que negam a autoria comum de ambas as obras argumentam que a primeira foi composta em tom mais heróico e tradicional e que a segunda tende mais para a ironia e a imaginação. Acrescentam ainda o emprego de um léxico posterior na Odisséia.
Já a tese que defende a autoria única baseia-se na afirmação de Aristóteles, de que a Ilíada seria uma obra da juventude de Homero, enquanto a Odisséia teria sido composta na velhice, quando o poeta decidiu redigir a segunda obra como complemento da primeira e ampliação de sua perspectiva. Ambas as obras têm características comuns absolutamente inovadoras, como a visão antropomórfica dos deuses, a confrontação entre os ideais heróicos e as fraquezas humanas e o desejo de oferecer um reflexo integrador dos ideais e valores da emergente sociedade helênica.
Esses argumentos, somados à mestria técnica evidente nos dois poemas, favorecem a conclusão de que o autor da Ilíada, esse grande poeta jônico a quem os gregos chamavam Homero, foi também o autor, ou principal inspirador da Odisséia.
Ao mesmo tempo em que refletiram luminosamente a antiguidade mais remota da civilização grega, os poemas homéricos projetaram-na adiante com tamanha originalidade e riqueza que ela se faria presente nas mais diversas manifestações da arte, da literatura e da civilização do Ocidente. Inúmeros poetas partiram de sua influência, inúmeros artistas se impregnaram de sua fortuna criativa, seu colorido e suas situações, que se tornaram símbolo e síntese de toda a aventura humana na Terra, a ponto de o nome de um poeta cuja existência mesma não se pode provar passar a confundir-se com a própria poesia.
Quanto à morte de Homero, a versão mais aceita é de que teria ocorrido em uma das ilhas Cíclades.

Hesíodo


Hesíodo
Hesíodo

O MITO

O homem, desde os primórdios, tenta explicar a origem do mundo. Esse assunto sempre interessou a humanidade, devido estar ligado intrinsecamente a existência. Com os mitos o homem busca responder de onde veio e para aonde vai. Se engana quem tem uma leitura apressada dos mitos e acha que se trata apenas de uma visão fictícia da realidade. Os mitos têm linguagem simbólica, mas seu sentido é mais profundo do que pensamos, mesmo porque a realidade é maior que o poder de captação da mente humana, a realidade é feita de caos.
A concepção de mito faz parte indissociável da maneira humana de compreender a realidade. Os mitos não são vistos como lendas por aqueles que os respeitam, mas como histórias que realmente aconteceram nos tempos ancestrais, envolvendo seres sobrenaturais que produzem uma nova realidade (vide o mito de Adão e Eva).

MITO E FILOSOFIA

A filosofia é um fenômeno restrito, surgiu em poucos lugares, como a Grécia e a Índia. Os mitos e a religião, ao contrário, são universais, surgiram em todos os povos do mundo. A filosofia apareceu como uma forma de explicar o mundo racionalmente, sem a utilização de mitos. Mas isso não aconteceu de repente, nem houve um abandono dos mitos, inclusive muitos filósofos se utilizaram de mitos para explicar suas concepções. Portanto, para se entender a filosofia é preciso partir dos mitos.
Existem descrições cosmogônicas que são intermediárias entre os mitos e as concepções filosóficas sobre a origem do universo. Tal é o caso da Teogonia de Hesíodo.

NO PRINCÍPIO ERA O CAOS

Realmente antes de tudo existiu o Khaos (Caos)... (Hesíodo). A concepção de caos que se tem, contemporaneamente, é de desordem e de confusão. Caos vem da palavra grega khínein, que quer dizer abismo. Assim, caos era concebido como o abismo profundo, algo indefinido, anterior a todas as coisas. Alguns autores interpretam como divisão, mas divisão de quê? Muito já se escreveu sobre o Caos, mas sem se chegar a uma conclusão definitiva, aceita por todos.
Hesíodo, em seu poema Teogonia, busca implicitamente demonstrar que tudo tem uma origem.
Segundo ele, os primeiros "filhos" do Caos são: a Gaia, terra; o Tártaro, local mais profundo que Hades (o inferno dos gregos); e o Eros, amor, desejo, deus que supera todas as forças atraindo os opostos. A Terra se apoiava no Tártaro, que por sua vez era possível que se apoiasse no Caos. Naquele tempo, não se tinha a concepção de que a Terra flutuasse no espaço. Posteriormente, se acreditou que a Terra era uma bolha imersa dentro do Caos.
Teogonia significa origem dos deuses. Nesse mito os deuses surgem através do desejo de união de outros deuses ou da separação. Eros é o desejo. Mutantis muntandes, dos primitivos "filhos" do Caos são gerados deuses como Urano (Céu), que inicialmente vivia imerso na Terra, e os Titãs e as Titânidas, filhos e filhas resultantes da união de Gaia e de Urano.
O mito segue explicando que do Caos saiu as trevas. Das trevas saiu a luz. A Gaia (Terra) deu nascimento a Urano (céu), depois às montanhas e ao mar.
Segue-se a apresentação dos filhos da luz, dos filhos das trevas e da descendência da Terra - até o momento do nascimento de Zeus, que triunfará sobre seu pai, Cronos (tempo), começando então a era olímpicos.

Hesíodo
Hesíodo foi um dos dois grandes poetas gregos da idade arcaica. Junto com a de Homero, sua obra constitui um dos pilares sobre os quais se edificou a identidade helênica.
Hesíodo viveu por volta de 800 a.C. na Beócia, região situada no centro da Grécia. Passou a maior parte da vida em Ascra, a aldeia natal. Sabe-se que viajou a Cálcis, na ilha de Eubéia (a cerca de 800m da costa grega), com o objetivo de participar dos jogos funerários realizados em honra de um certo Anfidamos, e foi o ganhador do prêmio. Sabe-se também - sempre pelas informações do próprio poeta - que depois da morte do pai, seu irmão Perses corrompeu os juízes locais e apoderou-se da maior parte da herança que correspondia a ambos.
Por esse motivo, em suas obras, Hesíodo exalta particularmente a virtude da justiça, cuja guarda atribui a Zeus.
Hesíodo relata ainda que foi pastor, até que lhe apareceram as Musas e ordenaram-lhe "cantar a raça dos benditos deuses imortais".
Dessa exortação nasceram a Gênese dos deuses e Os trabalhos e os dias, as duas únicas obras autênticas do poeta que permaneceram. A Gênese dos deuses parece ser o primeiro poema escrito por Hesíodo. Relata a sangrenta história dos deuses da mitologia grega pré-homérica. No início existem o Caos, a Terra e Eros.
Da Terra (ou Gaia, ou Géia) nasceu Urano, o primeiro rei dos deuses, que contraiu matrimônio com sua mãe. Entre os filhos de ambos encontra-se o titã Cronos, que se rebelou contra Urano e, depois de castrá-lo, governou o universo. Cronos foi destronado pelo filho Zeus, que fundou o panteão helênico clássico. Os trabalhos e os dias trata de temas mais terrenos.
A primeira parte é dedicada a mitos que ressaltam a necessidade do trabalho duro e honesto. Exalta a Justiça, filha predileta de Zeus e única esperança dos homens.
A segunda parte do poema tem propósitos didáticos: estabelece normas para a agricultura e para a educação dos filhos, além de mencionar superstições do dia-a-dia. Diferentemente de Homero, Hesíodo não se ocupou das esplêndidas façanhas dos heróis gregos. Seus temas são os deuses, regentes do destino do homem, e o próprio ser humano, com suas fadigas e misérias.
Dividiu a história da humanidade em cinco períodos, da idade do ouro à do ferro, das quais o último correspondia ao difícil período histórico em que ele próprio viveu.
Para Hesíodo, só o trabalho e o exercício das virtudes morais permitem aos seres humanos chegar a uma existência discretamente feliz na infausta idade do ferro.
Hesíodo morreu, ao que tudo indica, em Ascra.