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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Como tudo começou



Zeus

Caos foi o primeiro deus a surgir no universo.
Ele é uma mistura dos quatro elementos que
compõe o mundo: terra, água, ar e fogo.

O Caos


O estado primordial, primitivo do mundo é o Caos. Era, segundo os poetas, uma matéria que existia desde tempos imemoriais, sob uma forma vaga, indefinível, indescritível, na qual se confundiam os princípios de todos os seres particulares. Caos era ao mesmo tempo uma divindade, por assim dizer, rudimentar, capaz, porém, de fecundar. Gerou primeiro a Noite, e depois o Érebo.
Antes do nascimento do nosso mundo,só havia desordem.Era o Caos.Felizmente,uma força enorme resolveu interferir e pôr ordem nesse Caos.Num instante,essa força separou os elementos contrários,reuniu alguns,afastou os outros e apresentou a nossos olhos o Céu cheio de estrelas,a Terra na qual fomos chamados a viver e os Mares,que a cercaram por todos os lados.O conjunto foi envolvido em ar e luz.pronto,estava constituído o Universo. Caos (do grego Χάος,transl. khaos) é, segundo Hesíodo, a primeira divindade a surgir no universo, portanto o mais velho dos deuses. A natureza divina de Caos é de difícil entendimento, devido às mudanças que a ideia de "caos" sofreu com o passar das épocas.
Inicialmente descrito como o ar que preenchia o espaço entre o Éter e a Terra, mais tarde passou a ser visto como a mistura primordial dos elementos. Seu nome deriva do verbo grego χαίνω, que significa "separar, ser amplo", significando o espaço vazio primordial.
O poeta romano Ovídio foi o primeiro a atribuir a noção de desordem e confusão à divindade Caos. Todavia, Caos seria para os gregos o contrário de Eros. Tanto Caos como Eros são forças geradoras do universo. Caos parece ser uma força mais primitiva, enquanto Eros uma força mais aprimorada. Caos significa algo como "corte", "rachadura", "cisão" ou ainda "separação", já Eros é o princípio que produz a vida por meio da união dos elementos (masculino e feminino).

Filhos

Os filhos de Caos nasceram de cisões assim como se reproduzem os seres unicelulares. Nyx (Noite) e Érebus (Escuridão) nasceram a partir de "pedaços" do Caos. E do mesmo modo, os filhos de Nyx nasceram de "pedaços" seus; como afirma Hesíodo: sem a união sexual. Portanto a família de Caos se origina de forma assexuada.
Se Caos gera através da separação e distinção dos elementos, e Eros através da união ou fusão destes, parece mais lógico que a ideia de confusão e de indistinção elemental pertença a Eros. Eros age de tal modo sobre os elementos do Mundo, que poderia fundi-los numa confusão inexorável. Assim, seu irmão Anteros equilibra sua força unificadora através da repulsa do elementos.
Caos é, então, uma força antiga e obscura que manifesta a vida por meio da cisão do elementos. Caos parece ser um deus andrógino, trazendo em si tanto o masculino como o feminino. Esta é uma característica comum a todos os deuses primogênitos de várias mitologias.
É frequente, devido à divulgação das ideias de Ovídio, considerar Caos como uma força sem forma ou aparência. Isso não é de todo uma inverdade. Na pré-história grega, tanto Caos como Eros eram representados como forças sem forma; Eros era representado por uma pedra.
Outra problemática é considerar Caos como o pai-mãe de Gaia, Tártaro e Eros, quando é somente genitor de Nyx e Érebo. Na verdade ele seria "irmão-irmã" de Gaia, Tártaro e Eros.

Segundo o poeta romano Higino, Caos seria masculino e possuiria uma contraparte feminina chamada Calígena "a Névoa primordial".

nyx noite

Nix


Nix, é a personificação e a deusa da noite, cuja raiz é o indo-europeu - "escuridão". Habita o extremo Oeste, além do país de Atlas. Enquanto Érebo personifica as trevas subterrâneas, inferiores, Nix personifica as trevas superiores, de cima.

Percorre o céu, coberta por um manto sombrio, sobre um carro puxado por quatro cavalos negros e sempre acompanhada das Queres. À Noite só se podem imolar ovelhas negras. Nix simboliza o tempo das gestações, das germinações e das conspirações, que vão surgir à luz do dia em manifestações de vida. É muito rica em todas as potencialidades de existência, mas entrar na noite é regressar ao indeterminado, onde se misturam pesadelos, íncubos, súcubos e monstros. Símbolo do inconsciente, é no sono da noite que aquele se libera.

Montes. Montanhas


A Noite


A Noite, deusa das Trevas, filha do Caos, é na verdade a mais antiga das divindades. Certos poetas a consideram como filha do Céu e da Terra; Hesíodo dá-lhe um lugar entre os Titãs e o nome de Mãe dos Deuses, porque sempre se acreditou que a Noite e as trevas haviam precedido a todas as coisas. Desposou Érebo, seu irmão, de quem teve o Éter e o Dia. Mas sozinha, sem unir-se a nenhuma outra divindade, procriara o inevitável e inflexível Destino, a Parca Negra, a Morte, o Sono, a legião dos Sonhos, Momo, a Miséria, as Hespérides, guardadoras dos pomos de ouro, as desapiedadas Parcas, a terrível Nemesias, a Fraude, a Concupiscência, a triste Velhice e a obstinada Discórdia; em resumo, tudo quanto havia de doloroso na vida passava por ser obra da Noite. Algumas vezes dão-lhe os nomes gregos de Eufrone e Eulalia, isto é, - Mãe do bom conselho. Há quem marque o seu império ao norte do Ponto-Euxino, no país dos Cimérios; mas a situação geralmente aceita é na parte da Espanha, - a Esméria, na região do poente, perto das colunas de Hércules, limites do mundo conhecido dos antigos.

Quase todos os povos da Itália viam a Noite, ora com um manto volante, recamado de estrelas, por cima de sua cabeça, ou com um outro manto azul e archote derrubado, ora representada por uma mulher nua, com longas asas de morcego e um fanal na mão. Representam-na também coroada de papoulas e envolta num grande manto negro, estrelado. Às vezes num carro arrastado por dois cavalos pretos ou por dois mochos, e a deusa cobre a cabeça com um vasto véu semeado de estrelas. Muito freqüentemente colocam-na no Tártaro, entre o Sono e a Morte, seus dois filhos. Algumas vezes um menino precede-a, empunhando uma tocha, - símbolo do crepúsculo. Os romanos não a punham em carro, e representavam-na ociosa e adormecida.


O Érebo


O Érebo, filho do Caos, irmão e esposo da Noite, pai do Éter e do Dia, foi metamorfoseado em rio e precipitado nos Infernos, por ter socorrido os Titãs. Faz parte do Inferno e é mesmo considerado como o próprio Inferno. Pela palavra Éter, os gregos compreendiam os Céus, separados dos corpos luminosos. O vocábulo dia, sendo feminino em grego (Hèméra); dizia-se que o Éter e o Dia foram o pai e a mãe do Céu. Essas estranhas uniões significam somente que a Noite existia antes da criação, que a Terra estava perdida na obscuridade que a cobria, mas que a Luz, penetrando através do Éter, havia aclarado o universo.

Em linguagem de menor valor mitológico, poderia se simplificar, e dizer que a Noite e o Caos precederam à criação dos céus e da luz.

Eros e Anteros

Foi pela intervenção de um poder divino, eterno como os elementos do próprio Caos, pela intervenção manifesta de um deus que, sem ser propriamente o amor, tem entretanto alguma conformidade com ele, que o Caos, a Noite, o Érebo puderam unir-se para a procriação.

Em grego, esse deus antigo, ou melhor, anterior a toda antigüidade, chama-se Eros. É ele que inspira ou produz esta invisível simpatia entre os seres, para os unir em outras procriações. O poder de Eros vai além da natureza viva e animada: ele aproxima, une, mistura, multiplica, varia as espécies de animais, de vegetais, de minerais, de líquidos, de fluídos, em uma palavra, de toda a criação. Eros é pois o deus da união, da afinidade universal; nenhum outro ser pode furtar-se à sua influência ou à sua força: Eros é invencível.

Entretanto, tem como adversário no mundo divino - Anteros, isto é, a antipatia, a aversão. Esta divindade tem todos os atributos opostos aos do deus Eros: separa, desune, desagrega. Tão salutar, tão forte e poderoso talvez como Eros, Anteros impede que se confundam os seres da natureza dissemelhante; se algumas vezes semeia em torno de si a discórdia e o ódio, se prejudica a afinidade dos elementos, ao menos a hostilidade que entre eles cria contém cada um nos limites marcados, e destarte a natureza não pode cair novamente no caos.

O Destino


O Destino é uma divindade cega, inexorável nascida da Noite e do Caos. Todas as outras divindades estavam submetidas ao seu poder. Os céus, a terra, o mar e os infernos faziam parte do seu império: o que resolvia era irrevogável; em resumo, o Destino era por si mesmo essa fatalidade, segundo a qual tudo acontecia no mundo. Júpiter, o mais poderoso dos deuses, não pôde aplacar o Destino, nem a favor dos outros deuses, nem a favor dos homens.

As leis do Destino eram escritas desde o princípio da criação em um lugar onde os deuses podiam consultá-las. Os seus ministros eram as três Parcas encarregadas de executar as ordens. Representam-no tendo sob os pés o globo terrestre, e agarrando nas estrelas, e um cetro, símbolo do seu poder soberano. Para mostrar que era inflexível, os antigos o representavam por uma roda que prende uma cadeia. No alto da roda uma grande pedra, e embaixo duas cornucópias com pontas de azagaia. Conta Homero que o Destino de Aquiles e de Heitor é pesado na balança de Júpiter, e como a sorte do último o arrebata, sua morte é decretada, e Apolo retira o apoio que lhe dispensara até então. São as leis cegas do Destino que tornaram culpados a tantos mortais, apesar do seu desejo de permanecer virtuosos: em Ésquilo, por exemplo, Agamemnom, Clitemnestre, Jocasta, Édipo, Eteoclo, Polínice, etc., não podem fugir à sua sorte.
Só os oráculos podiam entrever e revelar o que estava escrito no livro do Destino.

A Terra (Gaia)

 A Terra, mãe universal de todos os seres, nasceu imediatamente depois do Caos. Desposou Urano ou o Céu, foi a mãe dos deuses e dos gigantes, dos bens e dos males, das virtudes e dos vícios. Fazem-na unir-se com o Tártaro e Ponto, ou o mar, de cujas uniões os monstros que encerram todos os elementos. A Terra, às vezes tomada pela Natureza, tinha vários nomes: Titéia, Ops, Telus, Vesta e mesmo Cibele.
Dizia-se que o homem nascera da terra embebida d'água e aquecida pelos raios do Sol; assim, a sua natureza participa de todos os elementos, e quando morre, sua mãe venerável o recolhe e o guarda no seu seio. Na Mitologia, muitas vezes é considerado entre os filhos da Terra; geralmente, quando não se sabia a origem, quer de um homem, quer de um povo célebre, dava-se-lhe o nome de filho da Terra.

Algumas vezes a Terra é representada pela figura de uma mulher sentada num rochedo; as alegorias modernas descrevem-na sob os traços de uma venerável matrona, sentada sobre um globo, coroada de torres, empunhando uma cornucópia cheia de frutos. Outras vezes aparece coroada de flores, tendo a seu lado o boi que lavra a terra, o carneiro que se ceva e o mesmo leão que está aos pés de Cibele. Em um quadro de Lebrun, a Terra é personificada por uma mulher que faz jorrar o leite dos seus seios, enquanto se desembaraça do seu manto, e do manto surge uma nuvem de pássaros que revoa nos ares.

Telus

Telus, deusa da terra, muitas vezes tomada pela própria Terra, é chamada pelos poetas a Mãe dos Deuses. Ela representa o solo fértil, e também o fundamento sobre que repousam os elementos que se geram entre si. Diziam-na mulher do Sol ou do Céu, porque tanto a um como ao outro deve a sua fertilidade. Era representada como uma mulher corpulenta, com uma grande quantidade de peitos. Freqüentemente se confundem Telus e Terra com Cibele. Antes de estar Apolo de posse do oráculo de Delfos, era Telus que o possuía e que o divulgava; mas em tudo estava em meias com Netuno. Depois, Telus cedeu os seus direitos a Temis, e Temis a Apolo.

Urano (deus menor primordial)





Urano (antigo Οὐρανός grega, Urano significa "céu"), era o deus gregoprimordial que personifica o céu. Seu equivalente na mitologia romana eraCaelus. Na antiga literatura grega, Urano, ou Pai do Céu, era filho e marido deGaia, a Mãe Terra. Urano e Gaia foram os ancestrais da maioria dos deusesgregos, mas nenhum culto directamente dirigidas à Urano sobreviveu em tempos Clássicos, e Urano não aparecem entre os temas habituais de cerâmica pintada grego. Elemento Terra, Céu e Styx possam ser unidos, no entanto,uma invocação solene na épica de Homero. No mito da criação do Olimpo,como diz Hesíodo em Teogonia, Urano veio toda noite para cobrir a terra eacasalam com Gaia, mas ele odiava os filhos que ela deu à luz. Hesíodonomeado seus primeiros seis filhos e seis filhas, os Titãs, os três gigantes de cem armadas Hecatônquiros e os gigantes de um olho dos Ciclopes.

Urano presos mais jovens de Gaia no Tártaro, nas profundezas da Terra, ondecausou dor de Gaia. Ela forma uma grande foice de lâmina de pedra e pediu-lhe os filhos para castrar Urano. Somente Cronos, o mais novo e maisambicioso dos Titãs, estava disposta: ele emboscaram seu pai e castrou-o,lançando os testículos cortados no mar e dos genitais no mar saiu Afrodite, deusa do amor e da beleza.

Urano ou Coelo (Ouranos)

Urano ou Coelo, o Céu, era filho do Éter e do Dia. Segundo Hesíodo, era filho do Éter e da Terra. De qualquer maneira, desposou Titéia, isto é, a Terra ou Vesta, que, neste caso, é distinta de Vesta, deusa do fogo e da virgindade. Diz-se que Urano teve quarenta e cinco filhos de várias mulheres, sendo que, destes, dezoito eram de Titéia; os principais foram Titã, Saturno e Oceano, que se revoltaram contra seu pai e o impossibilitaram de ter filhos. Cheio de mágoa e em conseqüência da mutilação de que fora vítima, Urano morreu.
O que caracteriza as divindades das primeiras idades mitológicas, é um brutal egoísmo junto a uma desapiedada crueldade. Urano tomara aversão a todos os seus filhos: desde que nasciam, encerrava-os em um abismo e os não deixava ver o dia. Foi isto que motivou a revolta. Saturno, sucessor de Urano, foi tão cruel como o pai.

Titéia

Titéia, a antiga Vesta, mulher de Urano, foi a mãe dos Titãs, nome que significa filhos de Titéia ou da Terra. Além de Titã propriamente dito, de Saturno e Oceano, ela teve Hipérion, Japeto, Tia, Réia ou Cibele, Temis, Mnemosine, Febe, Tétis, Brontes, Steropes, Argeu, Coto, Briareu, Giges. Com Tártaro teve o gigante Tifon, que se destinguiu na guerra contra os Deuses.

Cronos (titan)


Saturno (Cronos)

Filho segundo de Urano e da antiga Vesta, ou do Céu e da Terra, Saturno, depois de haver destronado o pai, obteve de seu irmão primogênito Titã, o favor de reinar em seu lugar. Mas Titã impôs uma condição, - a de Saturno fazer morrer toda a sua posterioridade masculina, a fim de que a sucessão ao trono fosse reservada aos seus filhos. Saturno desposou Réia, de quem teve muitos filhos, que devorou avidamente, conforme combinara com seu irmão. Além disso, sabendo que, um dia, ele próprio seria derrubado do trono por um dos seus filhos, exigia que sua esposa lhe entregasse os recém-nascidos. Entretanto Réia conseguiu salvar a Júpiter, que quando grande, declarou guerra a seu pai, venceu-o, e depois de o haver tratado como o fora Urano por seus filhos, pô-lo fora do céu. Assim a dinastia de Saturno continuou em prejuízo da de Titã.
Saturno teve três filhos de Réia, que conseguiu salvá-los: Júpiter, Netuno e Plutão, e uma filha, Juno, irmã gêmea e esposa de Júpiter. Alguns autores, ao número das filhas de Saturno e Réia, acrescentam Vesta, deusa do fogo, e Ceres, deusa das searas. De resto, Saturno teve, com muitas outras mulheres, um grande número de filhos, como, por exemplo, o centauro Chiron, filho da ninfa Filira, etc.
Conta-se que Saturno, destronado por seu filho Júpiter, reduzido à condição de simples mortal, foi refugiar-se na Itália, no Lácio, onde reuniu os homens ferozes, esparsos nas montanhas, e lhes deu leis. O seu reinado foi a idade do ouro, sendo os seus pacíficos súditos governados com doçura. Foi restabelecida a igualdade das condições; nenhum homem servia a outro como criado; ninguém possuía coisa alguma exclusivamente para si; tudo era bem comum, como se todo mundo tivesse tido a mesma herança. Para lembrar esses tempos felizes, celebravam-se em Roma as Saturnais. Essas festas, cuja instituição remontava no passado muito além da fundação da cidade, consistiam sobretudo em representar a igualdade que primitivamente reinava entre os homens. Começavam as Saturnais no dia 16 de dezembro de cada ano; ao princípio só duravam um dia, mas ordenou o Imperador Augusto que durariam três; Calígula aumentou-lhes vinte e quatro horas. Durante estas festas se suspendia o poder dos senhores sobre os escravos, e estes tinham inteiramente livres a palavra e as ações. Então, tudo era prazer, tudo era alegria; nos tribunais e nas escolas havia férias; era proibido empreender uma guerra, executar um criminoso ou exercer outra arte além da culinária; trocavam-se presentes e davam-se suntuosos banquetes. De mais a mais todos os habitantes da cidade paravam as suas tarefas; toda a população se dirigia ao monte Aventino, para respirar o ar do campo. Os escravos podiam criticar os defeitos dos seus senhores, fazer-lhes partidas, e nesses dias eram os senhores que serviam os escravos, à mesa.
Em grego, Saturno é designado pelo nome de Cronos, que quer dizer o Tempo. A alegoria é transparente nesta fábula de Saturno; este deus que devora os filhos é, diz Cícero, o Tempo, o Tempo que se não sacia dos anos e que consome todos aqueles que passam. A fim de o conter, Júpiter o acorrentou, isto é, submeteu-o ao curso dos astros que são como laços que o prendem.
Os cartagineses ofereciam a Saturno sacrifícios humanos; as vítimas eram crianças recém-nascidas. Nesses sacrifícios, as flautas, os tímpanos, os tambores faziam um ruído tão grande que se não ouviam os gritos da criança imolada.
Em Roma, o templo elevado a esse deus no pendor do Capitólio, foi o depósito do tesouro público, em lembrança de que no tempo de Saturno, na idade do ouro, não se cometiam furtos. A sua estátua estava amarrada com cadeias que só se tiravam em dezembro, durante as Saturnais.
Saturno era geralmente representado como um velho curvado ao peso dos anos, erguendo na mão uma foice para mostrar que preside ao tempo. Em muitos monumentos apresentam-no com um véu, sem dúvida porque os tempos são obscuros e cobertos de um segredo impenetrável.
Com um globo na cabeça é o planeta Saturno. Numa gravura, talvez etrusca, é representado com asas e a foice pousada sobre um globo; é assim que representamos sempre o Tempo.
O dia de Saturno é o sábado (Saturni dies), (em francês, samedi, em inglês, saturday).

De Urano a Crono

À primeira fase do Cosmo segue-se o que se poderia chamar estágio intermediário, em que Úrano (Céu) se une a Géia (Terra), de que procede numerosa descendência: Titãs, Titânidas, Ciclopes, Hecatonquiros, além dos que nasceram do sangue de Úrano e de todos os filhos destes e daqueles.
A união de Úrano e Géia é o que se denomina hierogamia, um casamento sagrado, cujo objetivo precípuo é a fertilidade da mulher, dos animais e da terra. É que, o casamento sagrado, "atualiza a comunhão entre os deuses e os homens; comunhão, por certo passageira, mas com significativas conseqüências. Pois a energia divina convergia diretamente sobre a cidade - em outras palavras, sobre a "Terra" - santificava-a e lhe garantia a prosperidade e a felicidade para o ano que começava". Essas hierogamias se encontram em quase todas as tradições religiosas. Simbolizam não apenas as possibilidades de união com os deuses, mas também uniões de princípios divinos que provocam certas hipóstases. Uma das mais célebres dessas uniões é a de Zeus (o poder, a autoridade) e Têmis (a justiça, a ordem eterna) que deu nascimento a Eunomia (a disciplina), Irene (a paz) e Dique (a justiça).
Curioso que o casamento, instituição que preside à transmissão da vida, aparece é muitas aureolado de um culto que exalta e exige a virgindade, simbolizando, vezes assim, a divina da vida, de que as uniões do homem e da mulher são apenas origem projeções, receptáculos, instrumentos e canais transitórios. No Egito havia as esposas de Amondeus da fecundidade. Eram normalmente princesas, consagradas ao deus e , que dedicavam sua virgindade a essa teogamia. Em Roma, as Vestais, sacerdotisas de Vesta, deusa da lareira doméstica, depois deusa da Terra, a Deusa Mãe, se caracterizavam por uma extrema exigência de pureza.




Retornando à primeira geração divina, temos, inicialmente, o seguinte quadro:
Úrano è Géia
Titãs: Oceano, Ceos, Crio, Hiperíon, Jápeto, Crono
Titânidas: Téia, Réia, Têmis, Mnemósina, Febe, Tétis
Ciclopes: Arges, Estérope, Brontes
Hecatonquiros: Coto, Briaréu, Gias

era a Divindade suprema da segunda geração de deuses da mitologia grega e titã, correspondente ao deus romano Saturno. A etimologia do seu nome é relativa a "tempo", pois assim como o tempo Cronos devora aos seus.Outra suposição é que poderia estar relacionada com "cornos", sugerindo uma possível ligação com o antigo demónio indiano Kroni ou com a divindade levantina El.
Filho de Urano, o Céu estrelado, e Gaia, a Terra, é o mais jovem dos Titãs. A pedido de sua mãe se tornou senhor do céu castrando o pai com um golpe de foice.
A partir de então, o mundo foi governado pela linhagem dos Titãs que,
segundo Hesíodo, constituía a segunda geração divina. Foi durante o reinado de Cronos que a humanidade (recém-nascida) viveu a sua "Idade de Ouro".
Cronos casou com a sua irmã Réia, que lhe deu seis filhos (os Crónidas): três mulheres, Héstia, Deméter e Hera e três rapazes, Hades, Poseidon e Zeus.
Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, que Réia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca.
Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para esse efeito o apoio de Métis - a Prudência - filha do Titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado.
Então Zeus tornou senhor do céu e divindade suprema da terceira geração de deuses da Mitologia Grega ao banir os tios Titãs para o Tártaro e afastou o pai do trono, e segundo as palavras de Homero prendeu-o com correntes no mundo subterrâneo, onde foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada, pelos seus irmãos, os Titãs, que tinham pensado poder reconquistar o poder de Zeus e dos deuses do Olimpo.

Titãs

 Em grego (Titán), é aproximado, em etimologia popular, de (títaks),  rei, e (titéne), rainha, termos possivelmente de procedência oriental: nesse caso, Titã significaria "soberano, rei". Carnoy prefere admitir que os Titãs tenham sido primitivamente deuses solares e seu nome se explicaria pelo "pelágico" tita, brilho, luz. A primeira hipótese parece mais clara e adequada às funções dos violentos Titãs no mito grego. Os Titãs simbolizam, "as forças brutas da terra e, por conseguinte, os desejos terrestres em atitude de revolta contra o espírito", isto é, contra Zeus. Juntamente com os Ciclopes, os Gigantes e os Hecatonquiros representam eles as manifestações elementares, as forças selvagens e insubmissão da natureza nascente, prefigurando a primeira etapa da gestação evolutiva. Ambiciosos, revoltados e indomáveis, adversários tenazes do espírito consciente, patenteado em Zeus, não simbolizam apenas as forças brutas da natureza, mas, lutando contra o espírito, exprimem a oposição à espiritualização harmonizante. Sua meta é a dominação, o despotismo.

Oceano

Em grego (Okeanós), sem etimologia ainda bem definida. É possível que se trate de palavra oriental com o sentido de "circular, envolver". Parece que Oceano era concebido, a princípio, como um rio-serpente, que cercava e envolvia a terra. Pelo menos esta é a idéia que do mesmo faziam os sumérios, segundo os quais a Terra estava sentada sobre o Oceano, o rio-serpente. No mito grego, Oceano é a personificação da água que rodeia o mundo: é representado como um rio, o Rio-Oceano, que corre em torno da esfera achatada da terra, como diz Ésquilo em Prometeu Acorrentado: Oceano, cujo curso, sem jamais dormir, gira ao redor da Terra imensa.
Quando, mais tarde, os conhecimentos geográficos se tornaram mais precisos, Oceano passou a designar o Oceano Atlântico, o limite ocidental do mundo antigo. Representa o poder masculino, assim como Tétis, sua irmã e esposa, simboliza o poder e a fecundidade feminina do mar. Como deus, Oceano é o pai de todos os rios, que, segundo a Teogonia, são mais de três mil, bem como das quarenta e uma Oceânidas, que personificam os riachos, as fontes e as nascentes. Unidas a deuses e, por vezes, a simples mortais, são responsáveis por numerosa descendência.
O em razão mesmo de sua vastidão, aparentemente sem limites, é a imagem Oceano, da indistinção e da indeterminação primordial.
De outro lado, o simbolismo do Oceano se une ao da água, considerada como origem da vida. Na mitologia egípcia, o nascimento da Terra e da vida era concebido como uma emergência do Oceano, à imagem e semelhança dos montículos lodosos que cobrem o Nilo, quando de sua baixa. Assim, a criação, inclusive a dos deuses, emergiu das águas primordiais. O deus primevo era chamado a Terra que emerge. Afinal, as águas, "simbolizam a soma de todas as virtualidades: são a fonte, a origem e o reservatório de todas as possibilidades de existência. Precedem a todas as formas e suportam toda a criação".
Oceano e suas filhas, as Oceânidas, surgem na literatura grega como personagens da gigantesca tragédia de Ésquilo, Prometeu Acorrentado. Oceano, apesar de personagem secundária na peça, um mero tritagonista, é finalmente marcado por Ésquilo: tímido, medroso e conciliador, está sempre disposto a ceder diante do poderio e da arrogância de Zeus. Com o caráter fraco de seu pai contrastam as Oceânidas, que formam o coro da peça: preferem ser sepultadas com Prometeu a sujeitar-se à prepotência do pai dos deuses e dos homens.
Mesmo quando os Titãs, após a mutilação de Úrano, se apossaram do mundo, Oceano resolveu não participar das lutas que se seguiram, permanecendo sempre à parte como observador atento dos fatos...
Dada a pouca ou nenhuma importância dos Titãs Ceos, Crio e Hiperíon no mito grego, a não ser por seus casamentos, filhos e descendentes, vamos diretamente a Crono.

Ciclope

 Em grego (Kýklops), "olho redondo", pois os Ciclopes eram concebidos como seres monstruosos com um olho só no meio da fronte. Demônios das tempestades, os três mais antigos são chamados, por isso mesmo, Brontes, o trovão, Estéropes, o relâmpago, e Arges, o raio.
Os mitógrafos distinguem três espécies de Ciclopes: os Urânios (filhos de Úrano e Géia), os Sicilianos, companheiros de Polifemo, como aparece na Odisséia de Homero e osConstrutores. Os primeiros, Brontes, Estéropes e Arges são os urânios. Encadeados pelo pai, foram, a pedido de Géia, libertados por Crono, mas por pouco tempo. Temendo-os, este os lançou novamente no Tártaro, até que, advertido por um oráculo de Géia de que não poderia vencer os Titãs sem o concurso dos Ciclopes, Zeus os libertou definitivamente. Estes, agradecidos, deram-lhe o trovão, o relâmpago e o raio. A Plutão ou Hades ofereceram um capacete que podia torná-lo invisível e a Posídon, o tridente. Foi assim, que os Olímpicos conseguiram derrotar os Titãs.
A partir de então tornaram-se eles os artífices dos raios de Zeus.
Como o médico Asclépio, filho de Apolo, fizesse tais progressos em sua arte, que chegou mesmo a ressuscitar vários mortos, Zeus, temendo que a ordem do mundo fosse transtornada, fulminou-o. Apolo, não podendo vingar-se de Zeus, matou os Ciclopes, fabricantes do raio, que eliminaria o deus da medicina.
O segundo de Ciclopes, impropriamente denominados sicilianos, tendem a confundir-se com aqueles de que fala Homero na Odisséia. Estes eram selvagens, gigantescos, dotados de uma força descomunal e antropófagos. Viviam perto de Nápoles, nos chamados campos de Flegra. Moravam em cavernas e os únicos bens que possuíam eram seus rebanhos de carneiros. Dentre esses Ciclopes destaca-se Polifemo, imortalizado pelo cantor de Ulisses e depois, na época clássica, pelo drama satírico de Eurípedes, o Ciclope, o único que chegou completo até nós.
Na época alexandrina, os Ciclopes "homéricos" transformaram-se em demônios subalternos, ferreiros e artífices de todas as armas dos deuses, mas sempre sob a direção de Efesto, o deus por excelência das forjas. Habitavam a Sicília, onde possuíam uma oficina subterrânea. De antropófagos se transmutaram na erudita poesia alexandrina em frágeis seres humanos, mordidos por Eros.
A terceira leva de Ciclopes proviria da Lícia. A eles era atribuída a construção de grandes monumentos da época pré-histórica, formados de gigantescos blocos de pedra, cujo transporte desafiava as forças humanas. Ciclopes pacíficos, esses Gigantes se colocaram a serviço de heróis lendários, como Preto, na fortificação de Tirinto, e Perseu, na construção da fortaleza de Micenas.


14 comentários:

  1. Gostei, mas vc pode postar mais coisas sobre os Deuses do Olimpo? Sou filha de Zeus e quero saber mais sobre ele.

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  2. Seria bom, se vcs postassem coisas sobre as Criaturas Gregas, Semi-Deuses, e Deuses

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  3. Isso é tudo mentira so existe u DEUS e ele deu a vida por todos nos e ele vai voltar vc esta preparado

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    1. Você esta certíssima, mas vê se estuda português mais um pouquinho ta ?!

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    2. Flor, pra nós pode existir somente um deus, pq nos acreditamos apenas nele, na mitologia grega existia vários deuses porque eles acreditavam nisso, então, pense bem, aquilo que acreditamos existir, muitas vezes é real e só depende de cada um, talvez esse deuses não existam mais porque quase ninguém acredita neles
      ^-^ Então ñ diga que é mentira se vc ñ vivenciou nada daquilo
      ( E sim eu acredito em um unico Deus) ( Mas também acredito na mitologia grega e romana) ^-^

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    3. Tipo assim, você não falou coisa com coisa, e ainda falou merda

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  4. Queria saber sobre Helade me falaram algo sobre filha de uma deusa mais só vejo falando que se trata de Grécia

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  5. Parabéns pela sua página Murilo!!
    Continue assim, instruindo e educando!!
    Adorei visitá-la!!
    Todos os temas foram muito bom construido!!

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